Você já viu alguém que diz ter vontade de comer tijolo? Ou uma pessoa que sente gosto em giz? É muito raro, mas casos como esses existem e estão listados na literatura psiquiátrica por um nome incomum: Síndrome de Pica.

Quem tem Pica possui um distúrbio alimentar estranho, em que sente apetite por coisas que não são comestíveis, como: giz, sabão, cabelo, papel, tecido, unhas, cinza de cigarro. Eu sei, você pode achar que é mentira, mas não é.

Existem casos de pessoas que chegaram ao extremo com coisas estranhas no estômago que viraram notícia. Em abril do ano passado, o portal Uol mostrou o caso de médicos da cidade de Gujarat, no oeste da Índia, que retiraram 800 gramas de cabelo, do estômago de uma criança de nove anos.

Há relatos ainda mais bizarros, como o de um homem que em 2021 chegou a um hospital na Lituânia reclamando de dores no estômago. Depois da cirurgia, os médicos retiraram aproximadamente 1 quilo de pregos e parafusos do estômago do homem.

Explicação psicológica

De acordo com a edição mais recente do Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5 TR), a Síndrome de Pica ocorre com mais frequência em mulheres grávidas, crianças e em pessoas com incapacidade intelectual. Os problemas podem ser de ordem nutricional, mas há casos que são gerados por problemas de esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo ou até depressão.

O problema pode acometer pessoas de qualquer idade, com sinais de estresse, ansiedade, anemia e deficiência de eletrólitos no sangue, mas é muito mais comuns em grávidas (gestantes possuem desejos estranhos na gravidez, mas a Pica é caracterizada pelo consumo exagerado de coisas estranhas, e não pelo simples desejo).

A suspeita de diagnóstico deve ser feita em casos de intoxicação ou de obstrução, e o diagnóstico também pode ser realizado através da observação clínica e comprovada por exames, como: urina e fezes; de imagem como raios-X , tomografia computadorizada , ressonância magnética, ultrassom.

Não há tratamento medicamentoso e nem nutricional. Estudos recentes comprovam que dentre as intervenções mais bem-sucedidas estão a combinação de psicoterapias de abordagem comportamental.

Fonte: Portal Solonópole - Revista Central